Manoel Philomeno de
Miranda (espírito)
O fenômeno
mediúnico, para expressar-se com segurança, exige toda a complexidade do
mecanismo fisiopsíquico do homem que a ele se entrega, assim como da perfeita
identificação vibratória do seu comunicante.
Para o desiderato,
o perispírito do encarnado exterioriza-se em um campo mais amplo, captando as
vibrações do ser que se lhe acerca, por sua vez, igualmente ampliado, graças a
cuja sutileza interpenetram-se, transmitindo reciprocamente os seus conteúdos de
energia, no que resulta o fenômeno equilibrado.
Às vezes,
automaticamente, dá-se a comunicação espiritual, produzindo o fato mediúnico,
ora por violenta injunção obsessiva e, em outras oportunidades, por afinidades
profundas, quando a ocorrência é elevada.
Seja porém, como
for, sem o contributo e a ação do Perispírito, a tentativa não se torna
efetivo.
Desse modo o
conhecimento do Perispírito é de vital importância para quantos desejam
exercitar a mediunidade colocando-a a serviço de ideais enobrecedores.
Penetrabilidade,
elasticidade, fluidez, materialização, depósito das memórias passadas entre
outras oferecem compreensão e recurso para melhor movimentação dessas
características, algumas das quais são imprescindíveis para a execução da
tarefa, no fenômeno de intercâmbio espiritual.
A fixação da mente,
através da concentração, proporciona dilatação do campo perispirítico e mudança
das vibrações que variam das mais grosseiras às mais sutis a depender,
igualmente, do comportamento moral do indivíduo.
O pensamento é o
agente das reações psíquicas e físicas, sem o que, os automatismos desordenados
levam aos desequilíbrios e aos fenômenos mediúnicos perturbadores, que respondem
pelas obsessões de variada nomenclatura, que aturdem e infelicitam milhões de
criaturas invigilantes e desajustadas.
Todo fulcro de
energia irradia-se em um campo que corresponde à sua área de exteriorização,
diminuindo a intensidade, à medida que se afasta do epicentro. Graças a isto,
são conhecidos os campos gravitacional e atômico, no macro e microcosmo,
conforme os detectou Albert Einstein.
Na área psicológica
não podemos ignorar-lhe a presença nas criaturas, gerando as simpatias - por
decorrência de afinidades vibratórias entre as pessoas que se identificam - e a
antipatia - que deflui do choque das ondas que se exteriorizam, portadoras de
teor diferente produzindo sensações de mal-estar.
Invisível, no
entanto preponderante nos mais diversos mecanismos da vida, o campo é encontrado
no fenômeno mediúnico, através de cuja irradiação é possível o
intercâmbio.
Cada ser humano,
encarnado ou não, vibra na faixa mental que lhe é peculiar, irradiando uma
vibração especifica.
Quando nas
comunicações, os teores são diferentes, a fim de produzir-se a afinidade, o
médium educado sintoniza com o psiquismo irradiante daquele que se vai
comunicar, e se este é portador de altas cargas deletérias, demorando-se sob
vibrações baixas, o hospedeiro permite-se dela impregnar até que, carregado
dessas energias pesadas, logra envolver-se no campo propiciador, portanto, de
igual qualidade, cedendo as funções intelectuais e orgânicas à influência do ser
espiritual que passa a comandá-lo, embora sob a sua vigilância em Espírito, que
não se aparta, senão parcialmente, do corpo.
Quando se trata de
Entidade portadora de elevadas vibrações, mais sutis que as habituais do médium,
este, pelas ações nobres a que se entrega, pela oração e concentração, em que se
fixa, libera-se das cargas mais grosseiras e sutiliza a própria irradiação,
enquanto o Benfeitor, igualmente concentrado, condensa, pela ação da vontade e
do pensamento, as suas energias até o ponto de sintonia, proporcionando o
fenômeno de qualidade ideal.
Em casos especiais,
nos quais seres muito elevados ou grotescos, nos extremos da escala vibratória
compatível com a Vida na Terra, vêm-se comunicar, os Mentores, que mais
facilmente manipulam as energias, tornam-se os intermediários que filtram as
idéias e canalizam-nas em teor mais consentâneo com o campo do sensitivo,
ocorrendo o fenômeno da mediunidade disciplinada.
O fenômeno
mediúnico, portanto, a ocorre no campo de irradiação do Espírito através do
Perispírito, está sempre a exigir um padrão vibratório equivalente, que decorre
da conduta moral, mental e espiritual de todo aquele que se faça
candidato.
Certamente, como
decorrência do campo perispiritual, diversos núcleos de vibrações, nos quais se
fixa o Espírito ao corpo, bem como em face do mecanismo de algumas das glândulas
de secreção endócrina, apresentam-se as possibilidades ideais para o intercâmbio
espiritual de natureza mediúnica.
Assim havendo
constatado, foi que o Codificador do Espiritismo com sabedoria afirmou que a
faculdade "é simplesmente uma aptidão para servir de instrumento, mais ou menos
dócil aos Espíritos em geral que "os médiuns emprestam o organismo material que
falta a estes para nos transmitirem as suas instruções".
Revista Presença
Espirita setembro de 1991, psicografia de Divaldo Pereira Franco.
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