Aluney Elferr
Albuquerque Silva
Curar as doenças do
ser humano é algo que desafia incessantemente os homens de ciência, levando o
homem da ciência a buscar anos a fio por uma terapia adequada para os mais
variados tipos de enfermidades existentes e que ainda estão por vir.
Isto se dá de forma
permanente, porquanto ao lograrem bons resultados terapêuticos frente a esta ou
àquela enfermidade, logo outra surge pondo à prova a inteligência e a
persistência desses homens dedicados a minorar o sofrimento alheio.
Todavia, aparece em
nossos tempos, não que outrora não existisse, mas descoberto por nós, e de forma
bem categórica, o grande efeito curador do amor, tornando-se a exteriorização
desse sentimento uma autêntica panacéia no meio científico ( 1 ).
O mais interessante
desse novo tipo de “medicamento terapêutico” é que ele não custa nada, pode ser
ministrado por qualquer pessoa e se aplica com o paciente perto ou longe do seu
curador. Já tendo sido realizado por médicos, a relação da enfermidade com a fé
e a oração, que são cultivos do próprio potencial de amar de cada um.
Antes de curar com o
amor, muitos médicos estudiosos do assunto chegaram à seguinte conclusão: quando
se consegue que as pessoas curadoras amem a si mesmas, algumas coisas
incrivelmente maravilhosas começam a acontecer, abrangendo não só o aspecto
psicológico mas sobretudo o físico.
Ao tomar uma postura
psicológica altamente positiva e altruísta, o mundo físico interior do paciente
sofre também alteração semelhante, melhora, cura-se, reequilibra-se.
Necessário, assim, ao
terapeuta induzir seus pacientes e a eles próprios a sentirem e expressarem o
amor. Muito se tem visto a questão do relaxamento terapêutico que conduz o ser
humano a esferas interiores, proporcionando a si mesmo momentos de tranqüilidade
e de refazimento, moldando como conseqüência uma saúde mais plena, ou pelo menos
o indício de tudo isso. E tem-se observado que o retorno do paciente após essas
terapias, ele retorna bem mais tranqüilo, em comparação ao que havia iniciado. O
seu tônus vibratório, pulsação, batimentos cardíacos são paulatinamente
reequilibrados dando uma sensação de bem estar profundo.
Compete, antes de
tudo, ao terapeuta, transmitir de forma persuasiva ao seu paciente que ele é
amado pelo seu curador e que ele, doente, é criatura digna de ser amada, a
atenção dada pelos profissionais da área de saúde será recurso imprescindível no
tratamento.
O amor é importante
na cura porque é o mais significativo elemento da vida humana, constituindo-se,
sem embargo, como a síntese da vida em sua expressão holística. Sugerimos a
leitura do capítulo 18 do livro “Nosso Lar”, da série André Luiz, psicografia de
Chico Xavier, cujo título é “Amor – Alimento das Almas”, edição da FEB. Somo
criados pelo Amor (DEUS), e cada um de nós é parte integrante desse amor, pena é
que ainda não descobrimos ele inteiro.
O amor deve ser doado
de forma espontânea, nunca compulsoriamente. Amar não se impõe, é um ato de
livre escolha. Ninguém deve ser constrangido a amar, porque amar é movimentação
energética do espírito que se transmite e somente assim o faz quem a tem; não se
falsifica condição energética sem a ter. Tudo que é obrigado causa
constrangimento e conseqüentemente superficialidade. Por isso, ame não finja, e
não force ninguém a amá-lo.
Erroneamente se fala
em o “amor verdadeiro”, o que levaria à suposição da existência de o “amor
falso”. Dado, a várias interpretações erronias que existem sobre o amor.
Ora, amor é amor, sem
gradação alguma, e nós aduzimos: não se conjuga, em essência, o verbo amar no
passado ( eu amei ), porque quem ama nunca deixa de amar. No presente e no
futuro, tudo bem ( eu amo, eu amarei ) mas no passado, não. É uma heresia ao
amor.
Várias são as formas
de passarmos a nos amar. Podemos recorrer à meditação, à oração, utilizar a
música em busca do bem-estar interior ou simplesmente nos colocarmos diante de
um espelho e dizermos a figura ali refletida que a ama, a quer muito, que ela é
muito bela e que tudo fará por amá-la para sempre, com total fidelidade. Pare,
agora, e olhe para você mesmo, já viu o quanto és uma bela pessoa, olhe bem, não
finja, você é belo, importante e merece ser amado, primeiramente por você mesmo,
pois você é o próprio fulcro gerador desse amor.
O trabalho do
terapeuta é o de colocar o paciente de novo no caminho reto, ou seja, aquele
caminho que o levará a se valorizar, auto-perdoar-se e amar-se. Isto significa
fazer com que o paciente se sinta capaz de contribuir para um mundo melhor,
ofertando-lhe o seu amor.
O contato físico para
a cura ( não é o sexual ) tem significativa importância, é conveniente. E quando
se ama, não se deve alimentar o receio de abraçar o paciente, apertar sua mão,
demonstrar carinho por ele através do afago.
A alimentação do
ressentimento pode conduzir pessoas até mesmo ao crime. Aquilo que não se diz é,
geralmente, o que mais dano provoca na criatura, doente ou candidata a adoecer.
O ressentimento é um veneno que nós mesmos tomamos e esperamos que o outro
morra.
Os nervos do
ressentido se torna um gatilho prestes a disparar a exagerada sensibilidade,
pronto a explodir por qualquer motivo insignificante, nessas horas apresentando
um tipo de reação desproporcional ao fator desencadeador do ressentimento. Se
nos víssemos diante de um espelho nesse momento do revide, verificaríamos uma
transformação profunda em nossa entranhas até, mudança radical da fisionomia e
expressões físicas, desastrosas.
O verdadeiro
terapeuta não é alguém que lança olhar superior sobre o doente, mas aquele que
considera o trabalho de cura como um diálogo e um aprendizado, tanto para o
paciente quanto para o curador. Paciente e terapeuta entram naturalmente num
processo através do qual um termina por curar o outro, porque passa a haver
entre os dois uma integração perfeita, um sentindo o que atinge o outro, tal o
grau de confidência a que chegaram. Essa interação se dá quando existe algo
favorável ou desfavorável que está sendo vivenciado por um dos dois.
Chegaram os
estudiosos da terapia do amor à conclusão, até certo ponto já do conhecimento
público, que o fundamental é se amar o que se está fazendo.
Por índole ancestral
o ser humano somente valoriza o que perde. Quando a coisa perdida está à plena
disposição pouco ou nada significa. Pois sem nos valorizar, dificilmente
valorizaremos os outros.
A vida saudável e seu
dinamismo pulsante dentro de nós não o percebemos quando estamos bem. Somente
quando o véu da morte paira sobre a nossa cabeça nos chocamos com a
possibilidade do seu envolvimento.
Recobrando a saúde,
voltando a disposição de realizar, sentimo-nos gratos, lembramo-nos de Deus e a
Ele costumamos agradecer quando alguém nos diz : “Como você está bem!”. “Graças
a Deus”, é a nossa resposta, invariavelmente.
O que é a cura? É
toda uma movimentação química que ocorre no interior das nossas células,
conduzindo-nos à retomada da ligação com a vida na plenitude de nossa capacidade
de ação.
Curar-se é alcançar
maiores níveis de capacidade de amar a nós, ao próximo e à vida, é aquele estado
que nos conduz à vida mais plena. Vamos, com isso, notando que curar-se é, em
essência, um fenômeno espiritual, pelo fato de ter a sua gênese no espírito. A
cura é, pois, espiritual. Corpo sadio é sintoma de espírito saudável, feliz, que
se ama. Devemos buscar objetivamente a saúde do espírito, e não apenas do corpo,
sendo esse procedimento o que os médicos mais atualizados estão fazendo.
A síntese da mensagem
de Jesus é que chegássemos ao patamar da nossa cura espiritual, ao dizer que
prosseguíssemos vivendo e que não continuássemos pecando.
A cura analisada mais
detidamente pelos pesquisadores da área ainda é um mistério. A medicina moderna
apoia-se em observações que, em sua essência, são inexplicáveis. Chega-se à
conclusão de que ninguém conhece a atuação de droga alguma. Lógico que a maioria
dos médicos prefere ignorar que não sabe de fato o que ocorre, afirma apenas que
tal remédio é eficiente, isso basta. Que importa, nessas horas, como se dá o
restabelecimento do organismo, que mecanismo são acionados e como interagem? O
cliente se curou ou foi curado, é tudo que basta.
A cura ainda
permanece na fronteira existente entre o saber da ciência e a força do
pensamento. É desta região, se assim podemos chamar, que se origina a cura.
Chegar a este ponto crucial é o desafio existente.
No tratamento que
conduz à cura existe um elemento que ultrapassa a técnica e que é fator vital
unificador de todos os agentes e métodos de cura que só agora começa a ser
explorado e utilizado – o amor.
O amor tem força
curativa, porque leva ao relacionamento afetivo, a capacidade de nos fundir, de
nos tornar unos, mesmo que seja por breves intervalos conosco mesmo, com o
próximo, com a vida. “O amor é alimento das almas”.
Disseram os autores
do livro aqui utilizado como apoio que precisamos encontrar um estado de
harmonia entre nossas consciências intuitiva e espiritual. Para tanto, é
necessário termos em conta que o processo de cura envolve a comunhão de três
forças:
Participação original
e espontânea na vida, livre de julgamentos;
Perceber as
profundezas de onde emana o nosso envolvimento com a vida; e,
Amar
incondicionalmente.
Vale buscar a síntese
do que acima acabamos de registrar, isto é, que amar é imprescindível e o maior
amor que já esteve aqui chama-se Jesus. Urge vivermos seus ensinos como a única
forma de curar e de nos curarmos. Quem se cura, pode curar. Agora, quem ainda
não alcançou a própria cura...
O Espiritismo, pois,
ensina a amar quando afirma a necessidade de praticarmos a caridade para
atingirmos a felicidade de viver.
(1) Todos estes
informes médicos/científicos estão apoiados no livro “Curar, Curar-se”
organizado por Richard Carlson, Ph.D e Benjamin Shield, livro da Editora
Cultrix
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