Drª. Maria Cristina Alochio
de Paiva Médica Pneumologista.
Os efeitos nocivos do fumo
ultrapassam os níveis puramente físicos, atingindo o perispírito (2,3,4,5).Por
causa do fumo, o perispírito fica impregnado e saturado de partículas
semi-materiais nocivas, principalmente na região do aparelho respiratório, que
absorvem a vitalidade, prejudicando a normalidade do fluxo das energias
espirituais sustentadoras, as quais, através dele, o perispírito ou corpo
espiritual, se condensam para abastecer o corpo físico. Essas impurezas no
perispírito podem ser vistas por médiuns videntes como manchas, formadas de
pigmentos escuros, que envolvem os órgãos mais atingidos pelo fumo,
principalmente os pulmões (5).
O fumo também amortece as
vibrações mais delicadas, bloqueando-as, tornando o homem, até certo ponto,
insensível aos envolvimentos de entidades espirituais amigas e protetoras (5).
Por isso, André Luiz (3) e Luiz Sérgio (4), recomendam que, no dias das reuniões
mediúnicas, os trabalhadores ainda necessitados do fumo, devem abster-se ou
reduzi-lo, para não prejudicar o intercâmbio.
O desejo de fumar, que se
situa no corpo astral, permanece após o desencarne e, como perispírito é muito
mais sensível do que o corpo físico, isto se torna desastroso, pois a
necessidade de fumar é enormemente ampliada, levando-o ao desespero e ao
desequilíbrio, provocando uma espécie de paralisia e insensibilidade aos
trabalhos dos socorristas por algum tempo, como se permanecesse em estado de
inconsciência e incomunicabilidade, ficando o desencarnado em prejuízo no
recebimento de auxílio espiritual e preso à crosta terrestre (5).
O desejo de fumar, no
espírito, faz com que ele sintonize com pessoas com predisposição de fumar ou
fumantes para, como vampiros, usufruírem as mesmas inalações inebriantes. Como
entidades espirituais agem hipnoticamente no campo da imaginação, transmitindo
as ondas magnéticas envolventes das sensações e desejos de que, juntos, se
alimentam. Através de processos de simbiose em níveis vibratórios, o fumante
pode colher em seu prejuízo as impregnações daqueles que podem deixa-lo infeliz,
triste, grosseiro, preso à vontade de entidades inferiores, sem domínio e a
consciência dos seus verdadeiros desejos (2,3,6). André Luiz, no livro Nos
Domínios da Mediunidade nos fala: “(…) Junto de fumantes e bebedores
inveterados, criaturas desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes.
Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo
calor dos pulmões que as exalavam, nisso encontrando alegria e alimento.(…)
Muitos de nossos irmãos, que já se desvencilharam do vaso carnal, se apegam com
tamanho desvario às sensações da experiência física, que se cosem àqueles nossos
amigos terrestres temporariamente desequilibrados nos desagradáveis costumes por
que se deixam influenciar.(…) , o que a vida começou, a morte continua… Esses
nossos companheiros situaram a mente nos apetites mais baixos do mundo,
alimentando-se com um tipo de emoções que os localiza na vizinhança da
animalidade. Não obstante haverem freqüentado santuários religiosos, não se
preocuparam em atender aos princípios da fé que abraçaram, acreditando que a
existência devia ser para eles o culto de satisfações menos dignas, com a
exaltação dos mais astuciosos e dos mais fortes. O chamamento da morte
encontrou-os na esfera de impressões delituosas e escuras, como é da Lei que
cada alma receba da vida de conformidade com aquilo que dá, não encontraram
interesse senão nos lugares onde podem nutrir as ilusões que lhes são
peculiares, porquanto, na posição e que se vêem, temem a verdade e abominam-na,
procedendo como a coruja que foge à luz”.
O problema da dependência
continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo
espiritual dê lugar à normalidade do envoltório espiritual, o que, na maioria
das vezes, tem a duração em que o tabagismo perdurou na existência física do
fumante (5).
Segundo Emmanuel, quando o
espírito não tem força de vontade suficiente para abandonar o vício, pode
necessitar, no Mundo Espiritual, de um tratamento com cotas diárias de
substituto dos cigarros comuns, com ingredientes semelhantes aos do cigarro
terrestre, sendo sua administração diminuída gradativamente, até que consiga
ficar livre da dependência (5).
O fumante transfere de uma
vida para a outra certos reflexos ou impregnações magnéticas que o perispírito
contém devido às imantações recebidas do seu corpo físico e do campo mental que
lhe são específicas. As predisposições e as tendências são transportadas para a
nova vida, que é uma oportunidade de libertação do vício do passado, mas nem
sempre vitoriosa. O Espiritismo aceita um componente reencarnatório na
predisposição aos vícios, o que, hoje, a Ciência já começa a comprovar, com
estudos que mostram que alguns genes podem estar relacionados com predisposição
para o fumo (1,2,5).
O tabagismo é responsável
por doenças cármicas, tais como asma, enfisema congênito, infecções recorrentes,
na infância, das vias aéreas e câncer em reencarnações futuras, ocasionadas pela
lesão do corpo espiritual (2).
É através da fé que podemos
nos libertar do vício que nos angustia e que nos deprime cada vez mais, em vez
de levar ao prazer, como erradamente pensamos em nossa vida material. É
indispensável criar esta ligação, para que cheguemos à conclusão de que só nos
viciamos quando já temos os nossos vícios da alma. Vícios da falta de
compreensão, falta de tolerância, o nosso orgulho, a nossa vaidade e todas as
outras dores da alma que levam aos nossos sofrimentos do dia a dia.
Bibliografia
1. Disponível em
http://www.saúde.gov.br/paredefumar. Acessado em 25/08/2001.
2. Kühl, E. Tóxicos – Duas
Viagens. 4. ed. Belo Horizonte, MG: editora Cristã Espírita Fonte Viva,
1998.
3. Luiz, André (psicografia
de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira). Desobsessão. 18. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 1999.
4. Sérgio, Luiz
(psicografia de Irene P. Machado) Dois Mundos Tão Meus. 6. ed. Brasília:
Livraria e Editora Recanto, 1999.
5. Rigonatti, E. Manual
prático do Espírita.
6. Luiz, André (psicografia
de Francisco C. Xavier). Nos Domínios da Mediunidade. 26. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 1999.
Fonte:Associação
Médico-Espírita do Estado do Espírito Santo (AMEEES), 2001.
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