“O trem que chega é o mesmo trem da
partida”. Assim diz Milton Nascimento em uma música nomeada ‘Encontros e
Despedidas’.
Se nos deixarmos levar pela letra dessa
canção, permitindo que nossa mente viaje nas ondas da interpretação, poderemos
nos deparar com uma questão que acompanha todo ser vivo, sem exceção: a
morte!
Afinal, o que nos aguarda do outro
lado? Essa outra dimensão, de fato, existe?
Para aqueles mais holísticos, não há
dúvidas que a nossa existência se perpetua em meio a aprendizados e incontáveis
encarnações, porém, há aqueles que sustentam fortemente a opinião de que a nossa
vida é aqui e agora. E acabou.
Supondo que você, leitor, acredite em
vida após a morte, lhe proponho uma reflexão: você já considerou a hipótese que,
no mesmo momento que nos despedimos de algum ente querido, este pode ser
recebido por outras tantas pessoas ‘do lado de lá’?
Imaginem uma criança que, ainda jovem,
perdeu seus pais. Ela cresce, casa-se, constitui família e, no momento de sua
morte, ao mesmo tempo em que sente a dor de abandonar seus filhos, regozija-se
com a esperança de reencontrar as pessoas que a trouxeram ao mundo. O sentimento
gerado quando desenhamos esta situação é totalmente paradoxal. O medo do
desconhecido e a vontade de desbravar o novo, a alegria e a tristeza, a
insegurança e a coragem, todos, neste momento único e inevitável, passam a
conviver lado a lado e em perfeita sintonia.
É natural que desejemos saber o que nos
espera no futuro, que busquemos respostas e alimentemos dúvidas e divagações,
contudo, sugiro que não desperdice muito tempo se preocupando com essas
questões. Não permita que essa projeção futura o impeça de viver o instante de
‘agora’. Saiba valorizar cada oportunidade e cada novo amanhecer e, não tenha
dúvida, que no momento do fim (ou do começo…) as situações se desenrolarão da
melhor maneira possível e você, com a sabedoria que está adormecida no seu
interior, saberá perfeitamente como agir.
“Não podemos escolher como vamos
morrer. Ou quando. Podemos somente decidir como vamos viver.” Joan Baez
Amor, luz e consciência. Sempre.
Texto de : Cíntia Michepud
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