Almas gêmeas,
conforme o entendimento vulgar, não existem. Somos individualidades, e, como
tal, não há espíritos que se complementem uns aos outros, como se por si só não
fossem inteiros, um! O que existem são Espíritos com profundos laços de
afinidade, que muitas vezes se encontram na vida enquanto encarnados.
A seguir,
transcrevemos as questões de O Livro dos Espíritos, que nos orientam de modo
seguro para o entendimento do assunto:
Questão 298.
As almas que devam
unir-se estão, desde suas origens, predestinadas a essa união e cada um de nós
tem, nalguma parte do Universo, sua metade, a que fatalmente um dia
reunirá?
R- “Não; não há união
particular e fatal, de duas almas. A união que há é a de todos os Espíritos, mas
em graus diversos, segundo a categoria que ocupam, isto é, segundo a perfeição
que tenham adquirido. Quanto mais perfeitos, tanto mais unidos. Da discórdia
nascem todos os males dos humanos; da concórdia resulta a completa
felicidade.”
299. Em que sentido
se deve entender a palavra metade, de que alguns Espíritos se servem para
designar os Espíritos simpáticos?
R- “A expressão é
inexata. Se um Espírito fosse a metade do outro, separados os dois, estariam
ambos incompletos.”
300. Se dois
Espíritos perfeitamente simpáticos se reunirem, estarão unidos para todo o
sempre, ou poderão separar-se e unir-se a outros Espíritos?
R- “Todos os
Espíritos estão reciprocamente unidos. Falo dos que atingiram a perfeição. Nas
esferas inferiores, desde que um Espírito se eleva, já não simpatiza, como
antes, com os que lhe ficaram abaixo.”
301. Dois Espíritos
simpáticos são complemento um do outro, ou a simpatia entre eles existente é
resultado de identidade perfeita?
R- “A simpatia que
atrai um Espírito para outro resulta da perfeita concordância de seus pendores e
instintos. Se um tivesse que completar o outro, perderia a sua
individualidade.”
302. A identidade
necessária à existência da simpatia perfeita apenas consiste na analogia dos
pensamentos e sentimentos, ou também na uniformidade dos conhecimentos
adquiridos?
R- “Na igualdade dos
graus da elevação.”
303. Podem tornar-se
de futuro simpáticos, Espíritos que presentemente não o são?
R- “Todos o serão. Um
Espírito, que hoje está numa esfera inferior, ascenderá, aperfeiçoando-se, à em
que se acha tal outro Espírito. E ainda mais depressa se dará o encontro dos
dois, se o mais elevado, por suportar mal as provas a que esteja submetido,
permanecer estacionário.”
303 a. Podem deixar de ser simpáticos um ao outro dois Espíritos que já o sejam?
R- “Certamente, se um
deles for preguiçoso.”
Nota de
Kardec:
“A teoria das metades
eternas encerra uma simples figura, representativa da união de dois Espíritos
simpáticos. Trata-se de uma expressão usada até na linguagem vulgar e que se não
deve tomar ao pé da letra. Não pertencem decerto a uma ordem elevada os
Espíritos que a empregaram (no sentido de metades eternas - grifo nosso).
Necessariamente,
limitado sendo o campo de suas idéias, exprimiram seus pensamentos com os termos
de que se teriam utilizado na vida corporal. Não se deve, pois, aceitar a idéia
de que, criados um para o outro, dois Espíritos tenham, fatalmente, que se
reunir um dia na eternidade, depois de haverem estado separados por tempo mais
ou menos longo.”
Fonte:
Espiritismo.net
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